Não se diga que à profecia evangélica faltam avisos para que seja entendida no nosso tempo.
Deus sempre previne os seus fiéis por meio dos profetas (Amós 3, 7).
Mas como se sabe, os profetas foram desprezados em tempos de fé, imaginem hoje que esta míngua!
Hoje, até em ambientes católicos se ofuscam os mais luminosos sinais e milagres que desvelam desígnios divinos, como se fossem só «revelações privadas»!
Mesmo quando para as sinistras crises modernas a profecia divina é confiada e trazida com grandes sinais pela mesma Mãe de Deus!
É o caso da aparição de Fátima, ocorrida na sequência de outras grandes aparições para avisar os fiéis de grandes males pendentes que podiam ser evitados se os homens voltassem para Deus,
A datação de avisos proféticos, dados nas aparições reconhecidas pela Igreja, complementam a Revelação única e encerrada com a morte do último Apóstolo; não são de fé, são para a defesa da fé.
Daí que dependem das virtudes da Esperança e da Caridade.
Estas virtudes, porém, hoje mínguam como a mesma Fé, deixando suspensas questões de primária grandeza espiritual e ligadas aos maiores eventos religiosos de nossos tempos, como seja o da Mediação universal de todas as graças confiada à Nossa Senhora.
Não foi esta que se manifestou na providencial seqüência das aparições culminantes em Fátima?
E não será devido a esta falta de aceitação eclesiástica que a realização de sua Promessa continua suspensa, assim como a da prevista 7ª Aparição?
Não estará tudo isto ligado e à espera que se compreenda a atualidade da terceira parte da Mensagem de Fátima, o enigmático 3º Segredo?
Devemos lembrar o Aviso de Fátima nos seus termos proféticos, seguidos e portanto, certificados pelos fatos históricos do século.
Como só Deus conhece o futuro, trata-se, pois, de Profecia divina. Qual pode então ser o efeito dela ter sido ignorada na Igreja?
A consciência católica é formada para reconhecer as conseqüências de erros e pecados e por isto, também os que causaram tais efeitos.
Isto está na visão do Terceiro Segredo de Fátima, da cidade meia arruinada, que é a Cristandade, e o simbólico massacre papal com todo o seu séquito, publicado no ano 2000.
Este deve ser entendido na sua relação com o Papa perseguido.
Tudo indica serem erros relacionados ao Papado do qual partiu, como vimos, o pedido de ajuda respondido por Maria Santíssima.
Mas a sua resposta foi desatendida e cada vez mais confundida, até chegar ao grave caos presente numa Cristandade em ruínas.
Ainda hoje diversos devotos de Fátima têm por mutilada a terceira parte do Segredo à qual faltaria a explicação de Maria Virgem. E isto diante da horrível crise na Igreja, ocupada por simulacros papais que só poderiam ter sido elevados à Sé de Pedro, com a «eliminação» do Papa católico junto com o seu inteiro séquito fiel.
Põe-se o dilema: trata-se de uma visão simbólica dada em 1917, mas pode-se negar que reflita o «abatimento» do Papado na Sé católica, como ficou mais claro em 1960 sob a direção modernista e maçônica de João 23?
Sua censura de Fátima não confirmava esta ocupação?
Diante de tal tragédia histórica, pode ser sensato que se exclame: mas é só este o grande Segredo que o mundo esperava! Como é que nessa visão faltam palavras de explicação de Nossa Senhora???
Estaremos exagerando ao pensar que tal dúvida, alheia à demolição presente na Igreja, aparece na sequência da desatenção por parte da Igreja militante da Profecia de Maria, que foi iniciada com Bento XV?
Resta impossível, porém, fugir à relação do «papado abatido» com a confusão sobre Fátima, que continua sob os falsos cristos no Vaticano.
Aos papas, de Bento XV a Pio XII, seguiu a pena – como ao rei da França – de uma virtual «decapitação» do Papado. Assim como, à confusa visão do Papa, após a morte de Pio XII, segue até hoje uma «acefalia» inaudita, mas velada por simulacros papais, que são reconhecíveis porque não defendem, mas atacam a Fé.
Eis o que parece mais claro do Segredo em 1960, após a eleição maçônica de João 23 em 1958, iniciador da série de precursores do Anticristo no Vaticano.
Como o papa é o Vigário de Cristo, que representa a Autoridade infalível de Deus em Terra, tratar-se-ia da hora da máxima desolação terrena, do mais tenebroso e secreto castigo para um mundo espiritualmente cego.
Seria tal lacerante flagelo parte essencial da Mensagem de Fátima? Vejamos isto na sua Profecia.
O Terceiro Castigo à luz da Profecia de Fátima
Pela Mensagem de Fátima conhecemos os desígnios divinos dados para despertar os cristãos como uma “pedra de tropeço”, um “sinal de contradição” que, tácita, mas diretamente, cabe aos fiéis reconhecer. Isto para convocar todos à defesa da Fé durante aperseguição à Igreja e ao Santo Padre, que seria o maior flagelo para o mundo.
É o aviso na mensagem de 13 de julho de 1917, quando fomos lembrados de que “Deus castiga o mundo pelos seus crimes por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre”.
Isto poderia ser evitado e a paz obtida para o mundo «se», através da consagração pedida, a Rússia fosse convertida de seus erros; «se» não, a punição viria pela difusão destes erros no mundo, como aconteceu e era parte do grande flagelo permitido por Deus.
Note-se que as perseguições à Igreja e ao Santo Padre são meios para punir o mundo de seus crimes e isto é dito em especial aos filhos da Igreja que vivem no mundo e têm parte na ofensa a Deus, que é a causa de todos esses males.
Deste modo haveria três classes de punições: uma para o mundo com a guerra, outra dobrada para os católicos, com a guerra e a perseguição da Igreja, e outra máxima para o Santo Padre, com a guerra, a perseguição e a «decapitação» do Papado.
Na verdade, este castigo é um só pela perseguição à Fé.
Se Deus permitir que a Fé perseguida decline na Igreja e o papa tenha muito que sofrer na sua fé, isto será para o mundo um castigo pior que guerras, fomes e revoluções juntas; será o avanço do ódio e do engano sobre o amor e a verdade. É o que o mundo hoje está vivendo e só estamos no início.
Consideremos a veracidade dos avisos da mensagem.
Pois bem, depois da última aparição — de 13 de outubro de 1917 — foi questão de dias a Rússia cair sob o poder da revolução bolchevista que trouxe como uma avalancha a morte e o ódio das perseguições que culminam na guerra a Deus e à Igreja; erros espantosos dos quais a Rússia tornava-se ao mesmo tempo vítima e instrumento mundial, como avisava a Mensagem.
Quanto à grande guerra, que desde 1914 ensangüentava a Europa e que parecia dever durar ainda muito, terminou um ano depois da Aparição, deixando, porém instalado o flagelo soviético.
E como o mundo continuou a ofender a Deus, e a mensagem ficou desatendida, no fim do pontificado de Pio XI estava armada outra guerra ainda pior!
Foi o segundo grande castigo.
Então, na noite de 25 para 26 de janeiro de 1938 uma aurora boreal de dimensão inverossímil inflamou os céus da Europa e mesmo da África do Norte, em cujas latitudes é raríssimo esse fenômeno.
Os jornais registraram a notícia, mas com a mensagem desprezada, quantos poderiam reconhecer nessa luz desconhecida o aviso premonitório da segunda grande guerra que devastou a Europa e também o Extremo Oriente de1939 a1945?
Assim, o segundo enorme castigo mundial não foi evitado e o terceiro estava suspenso… «se» no mundo continuasse a alastrar-se a ofensa a Deus, com a Profecia desatendida.
Seguiu-se uma ilusória paz em que o mundo, dividido pelos falsos acordos de Yalta, polarizou-se em dois grandes blocos, Ocidental e Soviético (OTAN e Pacto de Varsóvia), entre os quais a guerra fria passou a ser uma realidade no campo político, diplomático e estratégico, enquanto a guerra cruenta ficava localizada nas zonas do expansionismo soviético, reforçado para impor seus erros e o ateísmo com a criação de satélites que multiplicariam revoluções e perseguições.
E depois? O que acontecia «se» no mundo continuasse a alastrar-se e cada vez mais a ofensa a Deus, com a Profecia desatendida na Igreja, sua depositária?
Ali não se podia ignorar que tendo sido o aumento dos pecados do mundo a causa do primeiro grande castigo, da terrível guerra de 14-18, e que, continuando a maré de pecados sobreveio o segundo imenso castigo ainda pior da guerra de 39-45, como estava na Mensagem de Fátima, esta devia ser urgentemente ouvida.
De fato – na mesma sequência de causas – se depois dos dois tremendos castigos para o mundo por causa do aumento do pecado e a surdez na Igreja à voz da Profecia de Fátima, pendia sobre os homens o terceiro castigo, ainda mais calamitoso, se possível, que as duas grandes guerras, concluídas com pavorosos bombardeios atômicos; uma amostra do terceiro castigo, que se supunha predito na terceira parte do Segredo de Fátima?
O católico sabe que há algo muito pior do que isto, como seja a demolição católica nos termos preditosem La Salette: «Roma perderá a Fé e tornar-se-á a Sé do Anticristo».
Eis a tribulação máxima para as almas!
Ora, o clérigo eleito papa em 1958, Ângelo Roncalli, João 23, mandou arquivar o Terceiro Segredo não só porque desconsiderava este perigo, mas para inaugurar o concílio «pastoral» Vaticano 2 anti-ecumênico porque dispensava o Espírito Santo e abria a Igreja ao progressismo dum mundo alheio às «profecias de desgraças»!
Eis o «Segredo» que ficou mais claro em 1960!
Sim, mas para bem poucos, porque o mundo católico se recusava a crer na calamidade mais óbvia para a demolição da Fé; o falso cristo no Vaticano.
Todavia, não faltavam explicações sobre o que não deveria ser o verdadeiro «terceiro castigo».
Uma foi dada pelo Bispo de Leiria-Fátima, Alberto Cosme do Amaral, que no dia 10 de setembro de 1984, declarou na aula magna da Universidade técnica de Viena, durante um debate: “O Segredo de Fátima, não fala nem de bombas atômicas, nem ogivas nucleares, nem de mísseis SS-20. O seu conteúdo só concerne a Fé. Identificar o Segredo com anúncios de catastróficos holocaustos nucleares significa deformar o sentido da Mensagem. A perda da fé de um continente é pior que a aniquilação de uma nação; e é verdade que a fé diminui continuamente na Europa”.
“O castigo espiritual é de longe o maior, pior que a fome, mais terrível que guerras e perseguições porque concerne a salvação ou perda da vida eterna pelas almas.
Sim, mas o poder da Igreja foi instituído para evitá-lo. O que era feito desse poder? Em que mãos tinha ido parar?
O que adiantava para um bispo assinalar o perigo, mas sem a aplicação das defesas da Igreja no momento em que este era vivido?
Note-se que o anterior Bispo de Fátima, Dom Venâncio, em 1959, na véspera em que o Terceiro Segredo devia ser revelado, dirigiu-se aos bispos do mundo para uma vigília de oração e penitência.
Esta santa iniciativa foi, porém, neutralizada por João 23, que em 1960 censurou o Segredo de Nossa Senhora e ordenou a difusão de uma mensagem anônima do Vaticano insinuando que este Segredo de pastorzinhos não merecia credibilidade.
Mas tal sortida escandalosa ainda não serviu para acordar os fiéis e ainda hoje é esquecida enquanto João 23, chamado o «papa bom», foi nada menos que beatificado pelos seus sucessores para gaudio dos manipuladores do evento de Fátima.
A este ponto, o que é clamoroso assinalar deste extremo castigo espiritual é o seu duplo aspecto.
Ele concerne não somente o mundo clerical, onde foi acalentada a grande traição da Fé e dos sinais divinos, mas o mundo católico em geral que – mais ou menos – continua a conviver com tal traição.
- Mais, dos que aceitaram toda a mutação espiritual que vem da nova doutrina do Vaticano 2 até as beatificações dos diretos e indiretos arautos da religião do homem e da abominação de Assis.
- Menos, dos que repudiam isto parcialmente.
Destes, o caso mais clamoroso é o da FSSPX, seguido de outros que reconhecem autoridade divina nos «papas conciliares»; logo, poder legal na mesma Igreja para a sua mutação!
Esta é execrável, não seus autores! Posição lorpa que desqualifica esse testemunho seja mental, que espiritualmente.
Pretende-se estar com Jesus Cristo e ao mesmo tempo com os que O traem; ao lado dos Sagrados Corações, e ao mesmo tempo com falsos cristos e falsos profetas que invertem os Seus desígnios.
Eis que podemos dizer que esta ambigüidade quanto à autoridade legítima na Igreja, que não pode estar nas mãos de anticristos, faz parte do grande castigo que, enquanto for ignorado, não pode ser evitado nem superado.
Despertemos, cristãos, invoquemos os Sacratíssimos Corações com amor e confiança. Nesse amor nos voltarão as luzes, e nessas luzes o conhecimento de nosso estado lamentável.
Basta de enganos. As perseguições já invadiram a Igreja e a civilização cristã já está sendo despedaçada.
Aos fiéis compete, hoje mais do que nunca, professar alto e claro a fé íntegra e pura. Em Fátima foi dado um auxílio inestimável para isto. Os filhos de Quem é sabedoria e vitória não podem deixar de acusar a falsa autoridade que impõe erros e enganos.
Na ordem da caridade, devemos todos reparar pela avalancha de ofensas a Deus e pelos que não crêem, não amam, não esperam e adoram só as próprias idéias, sofismas e comodidades.
Desde que foi dado aos homens o sinal celeste de Fátima, a responsabilidade dos fiéis aumentou.
A mensagem foi dada ao mundo, e o mundo não a conheceu.
Foi dada à Igreja, mas os seus não a acolheram, aumentando o débito e diminuindo os recursos.
Um cataclismo desolador pende sobre a arrogância humana.
A oferta de paz da Mãe de Deus foi esquecida, enquanto a mentira conciliar aliena a lei divina e a honra da Igreja.
Foi assim que sobreveio o terceiro castigo e para os católicos não restou ninguém a quem apelar nesta Terra.
Reconheçamos ao menos o silêncio divino diante de nossa decadência, irreparável sem a graça, e multipliquemos nossas orações impetrantes e nossas penitências reparadoras.
Este é o testemunho indispensável que cada um pode dar seguindo as devoções de Fátima a fim de que a mensagem de Maria Santíssima seja conhecida por inteiro e assim divulgada, honrada, cumprida e amada. Nisto está a vontade de Deus, que quer ver reconhecido o triunfo do Imaculado coração de Maria.
Neste testemunho fiel de Fátima estaremos participando do triunfo da Mãe que tudo restaurará no amor e na paz de Cristo Rei.
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