Oração de Santa Gertrudes

Nosso Senhor disse a Santa Gertrudes, a Grande, que a seguinte oração libertaria 1000 almas do purgatório cada vez que a mesma fosse rezada. Esta oração foi extensiva também a pecadores ainda em vida.
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Eterno Pai, Ofereço-Vos o Preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as Missas que hoje são celebradas em todo o mundo; por todas as Santas almas do purgatório, pelos pecadores de todos os lugares, pelos pecadores de toda a Igreja, pelos de minha casa e de meus vizinhos. Amém.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"QUO PRIMUM TEMPORE" - ESTUDO DO PADRE RAYMOND DULAC SOBRE A BULA QUE

BULA "QUO PRIMUM TEMPORE"
Papa S. Pio V
14.07.1570







Nota de Aarão> Através desta Bula, Quo Primum Tempore, o Papa São Pio V promulgou e para sempre a Missa em Latim, que jamais deveria ser mudada, em qualquer de suas disposições, menos ainda suprimida como o foi na maioria dos lugares. Trata-se de um grave delito cometido no rastro do Concilio Vaticano II, assunto este que já tratamos em diversos textos e livros.

As disposições claras desta Bula, que é irrevogável, e não pode ser mudada, são reafirmadas e fortalecidas pelo Concilio de Trento, que estabeleceu inclusive punições gravíssimas a quem negasse o ali disposto, entre elas a excomunhão. Não se entende isso de outra forma, a não ser pelo fato de que Paulo VI era mantido preso e substituído por um sósia, porque o verdadeiro jamais assinaria a mudança para a Missa em vernáculo, que levou a tremendas distorsões hoje verificadas. Ele, o verdadeiro, era visto gritando: eles me trairam. Falava dos cardeais maus que destruiram a Santa Missa, já não mais Sacrificio e sim lembrança. Que levará à abominável ceia protestante. Leiam o próximo livro.

Seguem os comentários do Padre Raymond!

A primeira intenção do presente estudo era apenas a de oferecer uma tradução deste documento, que tem uma enorme importância e que no entanto ainda hoje é praticamente desconhecido dos fiéis e até mesmo de muitos padres. Quantos entre estes já o leram e estudaram?... Alguns não sabem nem onde o encontrar. Ora, sem mesmo lançar mão de grande bulário, basta abrir o Missal de uso litúrgico e nas primeiras páginas o encontrarão impresso, de modo aliás não muito agradável o que facilmente pode desencorajar o leitor: nem um só parágrafo num texto que ocupa três ou quatro colunas grandes!
É preciso também reconhecer que a leitura desta Bula no original é bem difícil. Alguns termos são de custosa tradução por causa do uso jurídico que lhes dá um sentido rigorosamente preciso, por vezes fora do uso corrente.
As frases também são de uma complexidade raramente encontrada, devido às extensas enumerações com minuciosos pormenores e trechos intercalados de difícil seqüência com orações subordinadas, umas dentro de outras.
Além disso, e quanto à matéria, as decisões editadas pelo documento são de várias espécies e um leitor menos atento poderia confundi-las não sendo conhecedor da tradição canônica em matéria legislativa.
Enfim, o sentido profundo da Bula só pode ser bem apreendido se for situado na circunstância histórica que a provocou, exigindo esta por sua vez ser esclarecida pela própria história do Missal Romano desde suas origens até a época do Concílio de Trento.
Por causa destas diversas considerações achamos melhor dar à nossa tradução da Bula, uma introdução histórica e fazer no final uma exposição jurídica como esclarecimento de muitas das diretivas da Bula de São Pio V sobre o Missal Romano restaurado.
Sim, porque trata-se somente de uma restauração e não de uma reforma que teria modificado a economia do rito tradicional. O título de nossos missais de uso litúrgico, dizem claramente: Missale Restitutum, Recognitum, isto é, restituído à sua forma original, restabelecido e com este fim simplesmente revisto. Voltaremos a este ponto mas desde já devemos assinalá-lo seja pelo menos para reparar na enorme distância entre a obra de São Pio V e a que Paulo VI realizou ajudado por seus "peritos".

BREVE HISTÓRICO DO MISSAL ROMANO
Faremos um simples resumo, esforçando-nos de lembrar apenas as linhas certas e essenciais desta longa história. Os que mais profundamente a estudaram reconhecem modestamente que, em numerosos pontos, têm de se contentar com conjeturas. Não seriam estes que se aventurariam a reformar o rito usado até nossos dias sob pretexto de uma volta a um pretenso rito "primitivo" artificialmente reconstruído!
Para bem compreender a Missa Romana, tal com se apresentava aos Padres Conciliares de Trento e ao Papa São Pio V, é necessário descobrir seu devido lugar dentro da evolução geral da liturgia eucarística.
1 - Os Apóstolos tinham recebido do Senhor, na véspera de sua Paixão, o poder e o mandamento de celebrar o Sacrifício da Nova Aliança. Deveriam para isso refazer, em memória dele, ISTO que Ele mesmo tinha feito naquele dia, oferecer sob as espécies do pão e do vinho transubstanciados no Seu Corpo e no Seu Sangue em virtude de Suas palavras, a Vítima propiciatória imolada na Cruz de uma maneira sangrenta.
2 - Os mais antigos documentos, nos mostram quão os Apóstolos e seus sucessores observaram fielmente esta ordem.
Pela própria natureza das coisas e com a autoridade recebida do próprio Cristo ou do Espírito de Pentecostes, os Apóstolos deviam completar a simples repetição dos gestos da Quinta Feira Santa com um conjunto de ritos. Iam eles tornar solenes sua "comemoração" e fazer dela uma verdadeira cerimônia religiosa.
Esta cerimônia não tinha por fim somente manter um sentimento interior de fidelidade à uma lembrança cujo mérito variasse segundo as disposições subjetivas do celebrante e dos participantes. Ela iria ter os efeitos objetivos de um ATO, efeitos esses realizados em virtude da própria instituição de Jesus Cristo, que quis estar presente sob as espécies sacramentais. Uma única condição: que o padre humano se faça instrumento exato do Sacerdócio único e soberano, conformando-se por sua fé e por sua intenção à Vontade Daquele que é Senhor de seus dons:
"Fazei isto"
3 - Houve assim, na origem, em todas as igrejas locais do Oriente e do Ocidente, um rito mais ou menos uniforme, que vem atestado por alusões dos mais antigos Padres da Igreja: Doutrina dos Doze Apóstolos (Didachê), primeira Epístola de Clemente aos Coríntios, Epístola de Barnabé, cartas de Santo Inácio, de São Justino, Santo Irineu, etc.
Este rito, ainda um tanto indeterminado nos pormenores, deixando lugar a certas improvisações, iria, no correr dos três primeiros séculos, se cristalizar pouco a pouco em alguns ritos-típicos que deveriam se fixar numa determinada forma em conformidade ao gênio particular de cada povo.
4 - Assim é que, a partir do século IV, se conhecem quatro tipos gerais de liturgia eucarística’ das quais três tiveram sua formação ao redor das grandes igrejas patriarcais: Antioquia, Alexandria e Roma.
São estes os "ritos-fontes". Com um quarto, o rito dito "galicano", estão na origem dos ritos "derivados" que serão finalmente celebrados em todo o mundo católico.
O rito romano era, na origem, apenas o rito celebrado somente na cidade de Roma. Foi somente depois do século VIII que se espalhou por todo o Ocidente com algumas exceções, suplantando os outros ritos ocidentais dos quais sofrera influências e aos quais emprestara detalhes.
São estes ritos ocidentais, latinos mas não romanos, que foram reunidos sob a apelação genérica de rito galicano. Título comum que compreende tanto o rito observado na Gália quanto, com algumas variantes, na Espanha, na Bretanha, no norte da Itália e em outras regiões.
Os historiadores não estão de acordo sobre as origens desse rito, mas parece certo que o mesmo constitui um uso diferente do de Roma. Os dois de desenvolvem paralelamente, sofrendo influências recíprocas, dos séculos VI ao VIII, até o momento em que o galicano é absorvido pelo romano sob a influência de grandes missionários: Santo Agostinho, na Inglaterra (597) e São Bonifácio na Germânia (+754); sob a influência também de Carlos Magno que, desejando para seu reino uma uniformidade litúrgica, deu-lhe como base o rito observado em Roma.
Os únicos sobreviventes do rito galicano comum foram o rito dito "mozarábico", usado em toda a Espanha até o século XI e que subsiste ainda em Toledo e do rito denominado "ambroziano", ainda hoje observado em Milão.
5 - Tendo se imposto definitivamente em todo o Ocidente entre os séculos XI e XII, o rito Romano deveria no entanto sofrer em diferentes graus depois dessa data, influências locais que iriam produzir certas variantes as quais se podem a rigor qualificar como ritos mas que, na verdade, são somente formas variadas muito secundárias oriundas da mesma fonte. Assim em Lião, Treves, Salisbury, etc.
Essas formas variadas que aqui mencionamos, são mais conhecidas devido à importância das cidades, mas o estudo dos Missais da Idade Média nos mostra que quase cada uma das catedrais tinha suas particularidades litúrgicas cuja prática se estendia mais ou menos pelas regiões vizinhas.
Em que consistiram? Em acréscimos exuberantes puramente ornamentais ou piedosos: festas locais, procissões, cerimônias simbólicas, orações e cantos acrescentados, textos "recheados", Sequências, Prefácios suplementares...
A estas variedades segundo os lugares, se ajuntavam outras próprias das famílias religiosas: Carmos, Cartuxos, Dominicanos.
Mas frisamo-lo bem: nenhuma delas constituía um rito distinto. Todos pertenciam indubitavelmente ao tronco comum original do rito Romano tal como fora fixado no tempo do Papa São Gregório (590-604), se bem que com alguns acréscimos "galicanos" posteriores. Os antigos "sacramentais" romanos, o "Leonino", o "Gelasiano", o "Gregoriano", que são como ancestrais do nosso Missal e que foram escritos respectivamente entre o V e o VII séculos, nos dão uma ordenação da Missa idêntica a que São Pio V devia canonizar na sua Bula.
Segundo o liturgista inglês Fortescue:
"Desde o tempo de São Gregório, considera-se o texto, a ordem e a disposição da Missa como uma tradição sagrada à qual ninguém ousa tocar, senão em detalhes sem importância.
6 - Posta em paralelo a Missa Romana com todas as liturgias orientais, sem exceção, tanto as "cismáticas" quanto as "uniáticas", constata-se que certas cerimônias são rigorosamente idênticas quanto ao essencial: intocadas, verdadeiramente sagradas porque pertenciam à instituição de Jesus Cristo ou dos Apóstolos. Reconhecidas como essencialmente necessárias para que o padre pudesse realizar "ISTO" que o Senhor realizara na Ceia.
E verdadeiramente indispensáveis para que a Missa fosse e parecesse um sacrifício no sentido próprio e pleno do termo, isto é, uma oblação atual, pessoal, feita em nome da Igreja por um padre ordenado, da vítima imolada no Calvário; estando esta vítima realmente presente sobre o altar em virtude da consagração do pão e do vinho que os converte substancialmente no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo pelas palavras da instituição repetidas, "em memória" Dele.
São quatro as partes imutáveis da liturgia eucarística mas com diferentes graus de importância quanto à essência do rito:
1 - O ofertório: é a dedicatória prévia do pão e do vinho, que assim se tornam "oblatas".
2 - O cânon, também chamado ação. É a "prex" dos latinos e "anáfora" para os gregos: oração consecratória que começa em forma de ação de graças para se conformar ao gesto de Nosso Senhor que "deu Graças" a Seu Pai antes de "abençoar" o pão e o vinho e de os consagrar.
Nesta oração é que estão inseridas as outras partes do rito consecratório, a saber:
- O memorial da Ceia que precede as palavras da instituição: "Tomai... isto é meu Corpo".
- Antes ou depois uma invocação mais ou menos explícita ao Espírito Santo, o epiclésio. Este é difícil de ser situado de modo exato na Missa Romana.
- Depois das palavras da instituição que consagra as oblatas, encontra-se uma oração que vem afirmar que o padre e todos os participantes ao sacrifício agem, cada um em sua posição essencialmente diferente, "em memória de Jesus Cristo como Ele próprio ordenou". É a anamnese.
3 - Segue a fração: para repetir o gesto do Senhor que "rompeu" o pão antes de distribui-lo aos Apóstolos.
A Fração é acompanhada da commixão, pela qual um fragmento do pão sagrado é mergulhado no vinho consagrado.
4 - Finalmente a comunhão. A maneira de dá-la e de recebê-la, os cânticos ou orações que a precedem, a acompanham e a sucedem variam segundo os ritos locais.
Aos quatro ritos que acabamos de descrever e que estão diretamente ligados ao ato do Sacrifício, se ajuntavam outros que os enquadravam, completando ou ornamentando sua significação religiosa e inspiração cristã. Ritos que todo o mundo reconhecia como secundários mesmo quando a fidelidade, fortalecida pelo uso, deles faria questão.
Primeiramente: O ósculo da paz. Está quase sempre presente com atribuições e maneiras variadas de fazê-lo. Em seguida: leituras, ladainhas, procissões, hinos e a homilia.
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Não esqueçamos a divisão do ofício entre "Missa dos catecúmenos" e "Missa dos Fiéis". E de passagem observamos que a expressão "Liturgia da Palavra" permanece totalmente desconhecida desde as origens até aos tempos do Vaticano II. Aliás é contraditória nos próprios termos: etimologicamente a palavra "liturgia" designa uma "ação". Ora, exceção feita aos tagarelas, a palavra não é um ato. Certamente quando esta palavra é divina, ela é "espírito de vida". A este título deve ter lugar eminente dentro do ato da Missa, mas ela não é este ato. Se o fosse não se poderia despedir (formalmente!) uma parte da assistência no momento preciso em que termina a execução das leituras! Isto por que? Porque não estando ainda admitidos à comunhão eucarística (os não batizados) ou tendo sido afastados ou excluídos (os penitentes) julga a Igreja que então não deviam ser admitidos à liturgia propriamente dita: que prepara formalmente para a comunhão. Provando assim que as Leituras eram nitidamente distintas de "Liturgia".
É melhor usar de franqueza: o lugar cada vez mais preponderante dado, nas Missas pós-conciliares, à "palavra", divina ou humana, é uma concessão feita aos protestantes para os quais a palavra é tudo.
Aliás, há aí um sinal revelador: a manipulação dos textos sagrados, não somente em traduções adulteradas mas também em amputações ou edulcorações do original, julgado pouco ecumênico. Vejam a Bíblia revista e corrigida pelos padres Bugnini e Roguet.

  DIGRESSÕES SOBRE O OFERTÓRIO
Descrita a Missa Romana, em suas partes essenciais, tal com era celebrada por todo o Ocidente antes do Concílio de Trento (excetuando-se Milão e Toledo), devemos deter-nos a uma de suas partes : o ofertório. Veremos melhor assim num exemplo característico, a distância infinita que separa a "restituição" do antigo Missal feita por Pio V e a "reforma" de Paulo VI.
É sabido que os reformadores modernos do rito milenar canonizado pelos Padres do Concílio de Trento e por Pio V, quiseram (ou fingiram querer) "simplificar", como dizem, o Ofertório, qualificado por eles, seja de redundante "duplicação", seja de réplica aberrante da Oblação essencialmente única: a que é realizada na Consagração onde é Cristo, e Ele somente, que é oferecido ao Pai, o qual não poderia aceitar outra (dádiva) senão a do Seu Filho.
Esta reclamação teria uma aparência de verdade se os gestos e as palavras do nosso ofertório tivessem um valor absoluto subsistente nele mesmo. Ora, seu significado é inteiramente outro e expressamente ordenado a outra coisa. Tem uma realidade certa mas a realidade das coisas relativas: "esse ad".
Em verdade o que se passa nesse momento?
O pão e o vinho, ainda comuns e profanos, são trazidos ao altar e depois dados à Santíssima Trindade segundo um rito especial de oferenda. Este rito os separa do uso comum e profano, os dedica e os prepara.
Para que? Para uma outra oblação: a oblação propriamente sacrificial que será daí a pouco consumada no e pelo ato de sua própria consagração.
O ofertório, que Lutero iria procurar destruir, não tem de modo algum o sentido do gesto da gratidão humana ao seu criador pelo pão e pela uva nem o da restituição das premissas ao Senhor de todas as coisas, conforme judeus e pagãos sempre tinham feito (é como a Missa de Paulo VI parece querer "restituir", no seu novo rito ecumênico e teillardiano).
Na liturgia romana da Missa, o pão e o vinho se tornam pelo ofertório as oblatas, como são comumente designados em inúmeros textos: isto é um verdadeiro sacrifício, MAS um sacrifício preparatório, um sacrifício à espera, assim como um vir a ser.
E são estas oblatas, já reservadas, que serão em seguida santificadas, no sentido pleno do termo, que vão entrar no único sacrifício agradável a Deus: o da Ceia e do Calvário.
Mas estas oblatas só entram aí para se perderem. Se perderem como?
- Não por uma "trans-finalização" ou "trans-significação" que deixariam toda a sua natureza intacta, como o imaginam os calvino-católicos da igreja holandesa: haveria então somente uma mudança simbólica;
- Nem por uma simples transformação em sua própria matéria, tal como acontece nas mutações físico-químicas que deixam, estas sim, a matéria intacta: haveria então simples associação justaposta de dois sacrifícios sucessivos, o do padre, humano, e o de Cristo;
- Nem por uma aniquilação das duas oblatas, que apagaria então a oblação do padre, substituindo-a pura e simplesmente pela de Cristo;
Mas por uma conversão total de substância em substância.
Então e somente então, o sacrifício do homem, real atual, pessoal, está verdadeiramente confundido com aquele do Senhor; mas o rito do ofertório os tinha antecipadamente e momentaneamente distinguido. O homem trouxe sua parte e o Cristo a assumiu.
Eis aí porque, sob formas bem variadas mas sempre muito expressivas, este rito é encontrado sem exceção em todas as liturgias. E é neste sentido que podemos dizer que o mesmo faz parte "integrante" da Missa.
Integrante, no sentido filosófico do termo: parte de um ser que não constitui sua natureza mas que lhe dá o acabamento conveniente e harmonioso.
Porque, é preciso não esquecer: a "essência" da Missa não é uma essência física, mesmo se esta é profundamente real, de uma realidade que transcende infinitamente o plano dos sinais e dos símbolos. Realidade Sacramental, a do "mistério de fé". Invenção, sim, invenções de um outro mundo, cujos criadores são o Amor e a Arte.
Lembremo-nos da palavra do vinhateiro da parábola, que repartia os salários de modo tão estranho (Mat.XX,15):
"Não me é permitido fazer aquilo que eu quero?"
O que quero: o bel prazer dos músicos e dos amantes. Esferas acima dos números racionais. Quem se lembraria então de falar de "repetição"?
Dizer que o ofertório é uma "duplicação" (doublet) é visão não de liturgista, mas de sacristão. É como se dissesse que a mão esquerda é uma duplicação da direita, porque afinal se pode segurar um castiçal com uma só mão, ou se iluminar com uma só vela.

DA ANARQUIA LAICA DE LUTERO À RESTAURAÇÃO DO CONCÍLIO DE TRENTO
Tal era então a Missa romana, a que o Papa Gregório o Grande tinha celebrado, e Agostinho de Cantorbery, Ambrósio de Metz, Bernold de Constance, João Beletk, Tomás de Aquino, Durand de Mende, Gerson e uma multidão de padrezinhos do interior cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida.
...E também o monge Martinho Lutero, durante quinze anos, antes que seu demônio de guarda lhe revelasse que esta Missa era a abominação da desolação (como ele próprio contou em narração inimaginável que seria interessante publicar novamente nesses tempos perturbados).
Mil anos de posse pacífica, feliz, a reconciliar, consolar, confortar iluminar e santificar milhões de almas através das mais variadas circunstâncias de uma história da Igreja por vezes catastrófica.
 Sobre um monte, um ostensório imóvel e intacto.
 Então veio Lutero com sua tropa disparatada e equívoca.
É preciso dizer, o que ainda não se fez suficientemente, que a revolução protestante foi antes de tudo uma revolução laicista e anti-sacerdotal. Se o monge agostiniano e os seus se lançaram tão furiosamente contra a economia dos Sacramentos e da Missa, é principalmente porque sua grande gana era o sacerdócio.
E atacaram o padre porque o tinham sido e queriam deixar de sê-lo. Toda sua "Teologia" de uma salvação puramente interior, sem mediação humana, fora forjada simplesmente para mascarar sua deserção. A teologia protestante da graça e da fé é uma teologia de "defroqué" que procuram assim justificar sua própria traição.
A lógica desse laicismo, deveria ter conduzido Lutero a suprimir qualquer culto exterior organizado. Escreve J.Paquier:
"Seria seu passado católico e seu bom senso, que lhe aconselharam de se contentar com uma redução e transformação do culto católico prudente, tímida, conservando muita coisa do passado?"
Não seria sobretudo, como o próprio Lutero escreveu, o cuidado de conseguir "com segurança e felicidade" (tuto et feliciter) o fim colimado procedendo por etapas, como outros entre nós o disseram desde 1963? Criar assim, sem abalos violentos nos costumes seculares dos povos, um culto novo que não seria mais sacerdotal?
Os resultados dessas táticas tateantes é o que conhecemos hoje no interior da Igreja desde o final de Vaticano II: anarquia e caos litúrgico. Ao mesmo tempo proliferação de ceias, serviços, cultos, sem regra nem controle que iria fornecer um veículo excepcional para os cismas e heresias. Era urgente unificar e purificar.
 Foi o que fez o Concílio de Trento.
Aqui, como em outras matérias, os padres puseram como principal atenção à sua solicitude a obra doutrinal antes da reforma disciplinar.
Ensinar a teologia da Missa e do Sacerdócio: de uma maneira, em primeiro lugar, positiva (os "capítulos") seguida das condenações das heresias correspondentes (os anátemas dos "cânones").
Do próprio culto, o mais urgente a dizer o fora feito a propósito do Cânon, da língua litúrgica e da comunhão em uma só espécie.
Mas não era só isso: era preciso deter o processo da desagregação protestante dos ritos da Missa. Esta estava favorecida pela enorme variedade dos missais católicos e pelos abusos que os padres designavam com nitidez e que enfeixavam em 3 principais: a superstição, a irreverência e a avareza.
Já em Bolonha em 28 de novembro 1547, uma Comissão fora encarregada pelo Concílio de destacar os abusos ou erros "relativos à Missa, às indulgências, ao Purgatório e aos votos monásticos".
Mas foi sobretudo em 1562 que as preocupações ganharam precisão: uma nova Comissão de sete padres é formada em Julho, que cataloga abusos de toda sorte, redige um resumo e por fim uma lista de nove cânones que são submetidos em Setembro à discussão do Concílio.
No se tratava mais do Missal como nos projetos anteriores, onde se podia ler:
"que o sacrifício (res sacra) seja realizado segundo o mesmo rito em toda a parte e por todos, para que a Igreja de Deus tenha somente uma linguagem (unius labii sit) e que não se possa encontrar, entre nós, a menor diferença (dissentio) nessa matéria. Para que se possa chegar a este ponto desejado será talvez necessário tomar as seguintes providências: que todos os Missais, depois de terem sido purificados de orações supersticiosas e apócrifas sejam propostos a todos perfeitamente puros e nítidos (nitida) sem defeitos (íntegra);que sejam idênticos, pelos menos entre todos os padres seculares, salvaguardando os costumes legítimos não abusivos".
"Que certas rúbricas bem fixadas (certae) sejam determinadas; os celebrantes deverão observá-las de maneira uniforme, a fim de que o povo não possa ficar chocado ou escandalizado por ritos novos ou diferentes".
Para resumir: "Que os Missais sejam restaurados segundo o uso e costume antigo da Santa Igreja Romana". (2)
O Concílio se separou antes de ter podido realizar por si próprio as resoluções tomadas. Decidiu confiar a tarefa ao Santo Padre para que ele terminasse a obra "segundo o que julgasse bom e sob sua autoridade".
O Papa que era então Pio IV, instituiu para isso uma Comissão especial, mas morreu antes que os trabalhos estivessem concluídos.
Seu sucessor, Pio V, devia confirmá-la a fim de que viesse a realizar as decisões do Concílio nos próprios termos em que foram expressas:
- unificar os Missais;
- purificá-los de qualquer erro;
- reconduzir o rito romano ao tipo exemplar de sua origem;
- torná-lo obrigatório para todos e;
- respeitar, no entanto, os costumes legítimos.
A graça de realizar esta obra eminentemente religiosa fora reservada pela Divina Providência ao Papa do Santo Rosário.
O organizador da vitória de Lepanto, deveria ser, ele próprio, o restaurador do Missal.

ALCANCE JURÍDICO DA BULA "QUO PRIMUM"
Pe. Raymond Dulac
I - NOTAS PRELIMINARES
1 - Se a Bula promulga uma verdadeira lei, esta será uma lei humana, cujo valor provem, não da natureza das coisas nem da vontade revelada de Deus, mas certamente de uma refletida escolha do legislador humano.
2 - Este deverá, então, manifestar da maneira mais clara e completa que lhe for possível, a natureza e a extensão de sua vontade:
1º) Dizer que promulga uma verdadeira lei, criando uma obrigação jurídica. Não se trata, pois, de um simples desejo ou recomendação, nem de uma "diretiva", ou mesmo talvez, de uma vontade formal, mas vontade que não se declarasse como impondo uma ordem que obriga seus súditos.
2º) Em seguida, delimitar o campo de aplicação de sua lei quanto ao tempo, lugares e pessoas.
3º) Precisar, se for o caso, as modalidades da decisão legislativa: o que ela manda, o que permite e, talvez certos privilégios que concede ao lado da lei comum.
4º) No caso em que a prescrição não legisla sobre matéria inteiramente nova, precisar a relação da presente lei à lei ou aos costumes precedentes:
a) simples derrogação parcial;
b) simples abrogação.
5º) Como a lei habitual, não escrita, é munida de uma força que lhe é própria, decidir expressamente o que a nova lei dela conserva ou suprime.
3 - Para a expressão formal, oficial, destas diversas vontades, há certas "regras de direito", um vocabulário próprio, um "própria verborum significatio" que os juristas conhecem bem. A Igreja jamais as desprezou, pois são a garantia única, ao mesmo tempo contra o despotismo arbitrário e contra a anarquia.
Estava reservada à "Igreja pósconciliar" desprezar estas regras, o que ela chama de "juridismo", isto é, em todas as matérias (dogmática, ética, disciplinar) desprezar a expressão clara, honesta, leal do pensamento e das coisas.
O Superior hierárquico "atualizado", não ousando mais comandar, exprime-se de maneira bastante ambígua para ser entendido ou não entendido. Assim ele pode, de acordo com a opinião que "espera", ora recuar, ora avançar em sua vontade original, sem nunca perder a autoridade porque ele a encobriu. Este novo tipo de autoridade recebeu um novo nome: "Serviço". O melhor seria dizer "self-service", cada um, de alto a baixo, servindo a sua própria vontade.
É assim que o legislador do novo Breviário não diz mais, como o cânon 135 do Código de Direito Canônico:
"Os clérigos que estão nas Ordens sagradas têm por obri- gação recitar todos os dias as Horas Canônicas".
Ele diz: os clérigos se desobrigarão. Será que a "obrigação" do Breviário subsiste? Sim ou não? - Sim, acaba de notificar o Secretário Bugnini: Não há nada mudado, a não ser a palavra. Porque a mudaram? - Porque, diz ele:
"a mentalidade moderna prefere obedecer a convicções e não a obrigações". ("L’Osservatore Romano", 24-11-71).
Como o autor desta astuciosa substituição verbal confessou-a em público e publicou-a no jornal, a quem pretende ele enganar?
Estas notas preliminares não nos distraíram do nosso assunto. Nosso leitor estará melhor preparado para conhecer o alcance jurídico da Bula que ordena o Missal restaurado de Pio V, se já conhece as condições formais tradicionais de toda obrigação jurídica, e, ao contrário, o espírito, o vocabulário e as "espertezas" dos ordenadores do Missal reformado de Paulo VI.

II - A BULA PROMULGA UMA VERDADEIRA LEI
1 - Uma lei contendo uma obrigação jurídica expressa nos termos tradicionais do direito: nós os sublinhamos ao longo da nossa tradução.
2 - Esta lei não é apenas uma determinação pessoal do Soberano Pontífice, mas notadamente em ato conciliar. Pio V se refere explicitamente aos decretos do Santo Concílio de Trento, que lhe remetera este encargo, depois que os Padres tivessem acertado as modalidades por eles desejadas. Daí o título oficial de nossos Missais: "Missale Romanum ex DECRETO S.C. Tridentini RESTITUTUM, S. Pio V jussu editum". O Concílio decretou sua restauração, o Papa ordenou sua publicação.
3 - A vontade do legislador aparece na sua Bula, sob modalidades variadas, detalhadas ao curso da longa enumeração final, e da qual anteriormente havíamos observado que não se trata de uma redundância enfática:
"... Hanc, paginam Nostrae permissionis, statuti, ordinationis, mandati, proecepti, concessionis, indultti, declarationis, voluntatis, decreti et inhibitionis..."
O leitor pode facilmente pôr cada um destes onze termos à frente de um enunciado da Bula: excelente exercício de atenção respeitosa.
4 - A Bula especifica minuciosamente as pessoas, o tempo, os lugares submetidos a estas diversas disposições.
5 - A obrigação é sancionada por penas expressas.
6 - O Pontífice não promulga a lei de um novo Missal, ele restaura o primitivo, restituído. Entretanto, ele vai claramente significar o que derroga, parcialmente, do passado e, de outro lado, o que abroga totalmente.
Observamos o quanto a cláusula final do "Não obstante" é, a este respeito, precisa, específica e rigorosa, não se satisfazendo com a menção puramente genérica das leis e costumes precedentes que quer abolir, mas designando-as pelo seu próprio nome.

III - A BULA RESPEITA OS DIREITOS ADQUIRIDOS
Traço característico do verdadeiro chefe: mais sua ordem é firme quando ele impõe deveres, mais também ele é atento a respeitar os direitos, não apenas os direitos gerais e absolutos da pessoa abstrata, mas os direitos históricos dos indivíduos ou das comunidades particulares, mesmo adquiridos por simples costume.
Pio V confirma assim, dois direitos:
1º - O direito das Igrejas ou Comunidades que foram beneficiadas com um Missal próprio, aprovado desde a sua instituição.
2º - Mesmo direito reconhecido a um Missal igualmente distinto do Romano, quando ele pode justificar seu uso de fato, há mais de 200 anos.
Esta confirmação ("nequaquam auferimus") não deve ser confundida com a "permissão" nem com o "indulto" que seguem, trata-se aqui de direitos já existentes que a Bula se contenta em manter.

IV - A BULA CONDESCENDE A PREFERÊNCIAS PESSOAIS
Depois de ter confirmado na posse pacífica de seu Missal próprio um Capítulo, uma Ordem Religiosa etc, Pio V "permite" a estas comunidades renunciar o seu próprio em favor do Romano:
"... si iisdem magis placeret" (se este Missal de Pio V lhe agradar mais).
Há, porém, uma condição: que esta preferência receba a consentimento do Bispo ou do Prelado Superior com, e mais, o de "todo o seu Capítulo", de tal modo, ainda aqui, o Papa, embora favorecendo (em certos casos) seu "Missal", não quer lesar os direitos adquiridos, reconhecendo neles uma prioridade; - lembramo-nos por outro lado, que estes missais particulares são fundamentalmente idênticos ao Romano, unicamente com variantes secundárias.

V - A BULA CONCEDE UM PRIVILÉGIO
Aqui está um ponto capital e que ninguém, que saibamos, chamou pelo nome:
1 - A "mentalidade moderna" (como diz Mons. Bugnini) quer ignorar os Privilégios: exceções à lei comum, distinções aristocráticas, indignas de uma época que é simultaneamente igualitária e totalitária. Este mundo não conhece senão direitos e facilidades.
2 - A "Igreja pósconciliar", presente no mundo, acrescenta-lhe duas coisas: "experiências" provisórias e infrações legalizadas (língua vulgar, comunhão na mão, comunhão de leigos no cálice, concelebrações generalizadas, etc).
3 - A Igreja Católica personaliza suas leis, e, às vezes suaviza-as pelo costume e pelos privilégios.
- Será aristocrático? Que seja, e tanto melhor. Convém singularmente, então, à lei evangélica, que é uma lei de graça e de livre escolha.
4 - A Bula de São Pio V já admitia, como acabamos de ver, várias exceções ao uso obrigatório do "Missal". Agora ele vai conceder um privilégio.
Este privilégio é o objeto que aqui pretendemos distinguir (número VII da tradução) e que no original latino começa pelas palavras: "Atque ut hoc ipsum Missale..."
Devemos fazer 7 observações capitais sobre as disposições desta alínea:
1º) - O que distingue esta nova exceção à lei comum das simples "permissões", que acabamos de explicar, são os dois verbos "concedimus et indulgemus" que o introduzem; no vocabulário canônico significam propriamente um favor que toma o caráter de uma lei particular; como no caso presente este privilegium se acrescenta à lei, é preciso ser compreendido como lhe conferindo uma nova força predominante para todos os casos no presente e no futuro onde a lei "Quo Primum" for objeto de derrogação; ali onde a "lei" cessar, o "privilégio" continuará a subsistir.
2º) - O que frisa a importância que o Pontífice quer dar a esta "concessão-indulto", é o recurso à "Autoridade apostólica" que ele invoca aqui expressamente, antes de conceder o privilégio.
3º) - Este favor é concedido, sem exceção, a todos os padres, seculares, regulares, de todas as Igrejas, para as Missas cantadas e para as Missas rezadas (e, na maioria das vezes, para as Missas privadas sem assistência).
4º) - Nenhum Superior poderá impedir este privilégio, sob qualquer pretexto de impedimento, nem no foro interno nem no foro externo.
5º) - O privilegiado não poderá ser "constrangido ou forçado por quem quer que seja" (a quolibet cogi et compelli) a usar um outro Missal, nem mesmo a aceitar uma simples alteração no Missal de Pio V, desse modo concedido.
6º) - Este indulto não tem necessidade de qualquer permissão ou licença ou consentimento ulterior.
É o sentido do advérbio "omnino" (omnino sequantur) cujo sentido tem a melhor tradução na expressão italiana senz’altro = pura e simplesmente.
A Bula acrescenta "pela força dos presentes textos" que são assim julgados suficientes.
7º) - Enfim, trata-se de um privilégio à perpetuidade: "etiam perpétuo".
Este último caráter nos leva a armar uma questão que concerne a todas as disposições legislativas da Bula e a cada uma: como um Papa pode obrigar sucessores? Questão imensa e delicada que limitaremos ao caso presente. Não se tratará, evidentemente, do Papa legislando como intérprete da lei divina, esta se impõe imutavelmente a todos, mas do Papa apresentando leis eclesiásticas.

VI - A BULA É VALIDA À PERPETUIDADE ?
1 - Um princípio rege, antes de qualquer outro, este assunto: um par não tem poder sobre seu par, pois ninguém pode obrigar os seus iguais. "Par in parem potestatem non habet".
Este princípio é particularmente verdadeiro entre aqueles que possuem o poder Supremo; essencialmente, este é um e o mesmo nos diferentes detentores do mesmo poder... Mas é preciso refletir, em seguida, profundamente, sobre o alcance verdadeiro deste princípio. Se um Papa (para não falar senão do Soberano religioso) tem o poder de desligar, pelo mesmo poder que tinha permitido o seu predecessor de ligar, ele não deverá usar desta faculdade senão por razões gravíssimas: as mesmas que teriam decidido o seu predecessor a voltar ele mesmo sobre suas próprias ordens. Do contrario é a essência da autoridade suprema que é atingida por estas ordens sucessivas contraditórias.
Quando os filósofos disputam sobre o "poder divino", recorrem a uma distinção que deve encontrar, no nosso caso, uma aplicação infinitamente mais premente: o que Deus pode "em poder absoluto" e o que Ele pode em "poder ordenado".
Nem tudo estaria resolvido quando se dissesse, por exemplo: "Paulo VI pode validamente abrogar a Bula de S. Pio V. Seria necessário mostrar que ele o faz licitamente.
Ora, esta liceidade concerne ao mesmo tempo o fundo, a forma da nova lei e, previamente, a mutação da lei como tal. A lei divina leva, ela mesma, as justificativas de sua universalidade e estabilidade; mas a lei eclesiástica, como toda lei humana, tem necessidade de juntar as suas justificações intrínsecas, apoios que talvez fossem, no começo, de pura convenção, mas que o consentimento social acabou por anular o que eles continham de arbitrário e artificial.
2 - Quanto às exigências de forma, a Bula "Quo Primum" esta revestida de todas as condições de perpetuidade, nós o demonstramos suficientemente, sublinhando os termos empregados pelo legislador.
3 - Quanto ao fundo, três traços característicos confirmam esta perpetuidade:
a) o fim procurado pela Bula: que haja um Missal idêntico que, pela unidade da prece pública, proteja e desenvolva a unidade da fé.
b) o método do seu estabelecimento: nenhuma fabricação artificial entre uma quantidade de outras imagináveis, nenhuma reforma radical, mas uma restauração do Missal Romano primitivo: a pura restituição de um passado experimentado, que seria assim a melhor garantia de um futuro pacífico; e
c) os autores: um Papa agindo com toda a força expressa de sua autoridade apostólica, em conformidade exata com o voto igualmente expresso por um Concílio Ecumênico; em conformidade com a tradição ininterrupta da Igreja Romana; e, enfim, para as partes principais do "Missal", em conformidade com a Igreja Universal.
4 - Cada uma destas características tomadas à parte e, mais ainda, a reunião de todas, nos asseguram que nenhum Papa, jamais poderá licitamente, abrogar a Bula de São Pio V, admitindo que ele o possa fazer validamente, sem trair o "depósito da fé".
5 - Parece-nos indiscutível que Paulo VI não o fez, mesmo que apenas se considerem as condições de forma requeridas para semelhante abrogação, e que faltam ao seu Ato.
Mas parece-nos, infelizmente, igualmente indiscutível, que Paulo VI favorece a abolição de fato do Missal Romano: seja por vontade deliberada, seja por conveniência, seja por tolerância, seja por constrangimento obscuro do qual ele não pode mais se livrar e que fazem dele um prisioneiro.

VII - CONSELHO PARA UMA RESISTÊNCIA RESPEITOSA
Em setembro de 1967, apresentamos pela primeira vez, publicamente e por escrito, o conselho, as razões e os meios regulares para uma resistência à revolução litúrgica que estava sendo autorizada pelo Papa reinante. Foi num "Courrier" hoje desaparecido; dois anos, portanto, antes da "promulgação" do novo "Ordo Missae", mas numa data em que os pródromos da revolução eram bastante evidentes para que um simples fiel ou um padre tivesse o direito e o dever de lhe resistir.
Temos, desde então, reafirmado esta posição principalmente em "Itinéraires", (fevereiro de 1970): "A Missa de São Pedro ad-vincula".
Se esta posição estivesse errada ou escandalosa, não é crível que a Santa Sé e os Bispos da França e seus "teólogos" não tivessem condenado e censurado ou simplesmente refutado uma proclamação pública e repetida.
Não é crível que o autor não tenha recebido até hoje (13 de Janeiro de 1972), ordem de retratar-se.
É que esta posição, no mínimo, é considerada "provável" no sentido que os moralistas dão a este termo: conselho que todo mundo pode seguir prudentemente; prolongado o silêncio do Magistério Hierárquico, concedendo a uma "opinião privada" a autoridade de sua função. Em consequência, depois de reiterado e tornado preciso nosso pensamento, corroborado pela leitura comentada da Bula de São Pio V, vamos dar, com toda segurança normas práticas de conduta:
Primeira regra - Ainda que se queira abstrair do seu conteúdo doutrinal e considerar apenas os aspectos jurídicos de sua publicação, o Missal de Paulo VI não pode se firmar obrigatório, por uma obrigação estritamente jurídica impondo seu uso, e excluindo o Missal Romano restituído por decreto do Santo Concílio de Trento e publicado por ordem de S.Pio V.
Segunda regra - A Bula "Quo Primum Tempore" de S. Pio V não foi abrogada na sua totalidade pela constituição de Paulo VI, "Missal Romano" de 3 de abril de1969. Este Missal não traz, afinal, senão derrogações particulares às obrigações do Missal tridentino.
Terceira regra - Estas derrogações, mesmo supondo-as estritamente obrigatórias, deixam, em todo caso, intatas três liberdades, inscritas na Bula de São Pio V, e não expressamente abrogados pelo ato de Paulo VI, como ele devia fazê-lo por uma necessidade de direito:
1) - Liberdade para todo padre de usar o Privilégio (indulto que comentamos no parágrafo V).
2) - Liberdade para todo o padre de preferir ao Missal de Paulo VI, o Missal tridentino autorizado pelo costume 15 vezes secular que o precedeu e que o seguiu.
3) - Liberdade para os religiosos dotados de um Missal próprio de sua Ordem de conservar o seu uso ou de aproveitar do privilégio acima referido, de preferência à Missa paulina. (As religiosas Cartuxas, Carmelitas, Dominicanas estão no direito de exigir este uso de seu Capelão, mesmo de um recalcitrante).
Como consequência: Todo fiel leigo tem o direito de se beneficiar das suas liberdades supra citadas: por intermédio dos padres a quem tais liberdades são conferidas diretamente, o privilégio de São Pio V tornou-se sua propriedade. Eles podem pedir ao seu pároco ou a seu Bispo que sejam regularmente celebradas Missas de acordo com este rito.
Estamos de tal forma seguros desta doutrina, que cremos podermos acrescentar este conselho final:
se, o que não preze a Deus!, um Superior qualquer ousasse recusar aos Padres, Religiosos e fiéis, o exercício destes direitos, estes poderiam e deveriam denunciar, por todas as vias da justiça, à autoridade competente, esta infração formal à Bula de São Pio V como um abuso de poder.







terça-feira, 30 de outubro de 2012

O que dizem os santos à respeito dos bailes, botecos e baladas?






“Os botecos é a tenda do demônio, a escola onde o inferno prega e ensina a sua doutrina, é o lugar onde se vende as almas, onde se perdem as fortunas, o dinheiro, onde a saúde se perde, onde começam as rixas, as brigas e onde se começam os assassinatos” 

(São João Clímaco)





“Os donos dos botecos roubam o pão das pobres esposas e de seus filhos, dando bebida a esses beberrões, que gastam no domingo aquilo que ganharam durante a semana. O demônio escarra em cima dos donos dos botecos” 

(São João Maria Vianney)


“… os bêbados não possuirão o reino de Deus” (1 Cor 6, 10).
"Antes Morrer do que pecar" 

(São Domingos Sávio)





“Numa palavra, é uma loucura fazer da noite dia e do dia noite, e trocar os exercícios de piedade por vãos prazeres. Todo baile está cheio de vaidade e emulação e a vaidade é uma disposição muito favorável às paixões desregradas e aos amores perigosos e desonestos, que são as consequências ordinárias dessas reuniões” 

(São Francisco de Sales, Filotéia, Parte III, 33)




“Não há um só mandamento na Lei de Deus que o baile não transgrida... O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim... As pessoas que entram num salão de baile, deixam na porta o seu Anjo da guarda e o demônio o substitui, de sorte que há tantos demônios quantos são os dançarinos” 
(São João Maria Vianney)



“Assim como os caçadores costumam acossar de todos os lados as feras mais difíceis, também encurralemos os transviados, nós de um lado, vós de outro, e em pouco tempo os apanharemos nas redes da salvação... não pouparei a nenhum dos que me são caros! Antes afligir-vos agora e resguardar-vos da condenação futura do que agradar-vos e ser depois castigado convosco” 

(São João Crisóstomo, Sermão contra os espetáculos)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

CRISE NA IGREJA

Dra. Alice Von Hildebrand

A conversa a seguir com Dra. Alice Von Hildebrand abre nossa discussão para o foco desta edição: A Crise na Igreja – Cenários para uma Solução. Dra. Von Hildebrand, professora emérita de filosofia de Hunter College (City University of New York), acabara de completar The Soul of a Lion, uma biografia de seu marido, Dietrich.

TLM: Dra. von Hildebrand, no tempo em que o Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano Segundo, a senhora percebeu qualquer necessidade de reforma dentro da Igreja? 
AVH:: A maior parte da intuição sobre isso vem do meu marido. Ele sempre disse que os membros da Igreja, devido aos efeitos do pecado original e do pecado atualse encontram sempre com necessidade de reformaO ensinamento da Igreja, porém, vem de Deus. Nenhum acento deve ser modificado ou necessita de reforma
TLM: Em termos da crise atual, quando a senhora percebeu que algo estava terrivelmente errado? 
AVH:: Era fevereiro de 1965, e estava num ano sabático em Florença. Meu marido estava lendo um jornal teológico, e de repente, ouvi-o desatar em lágrimas. Corri até ele, temerosa de que seu coração houvesse lhe causado dores. Perguntei-lhe se estava bem. Ele me disse que o artigo que lia lhe fez intuir que o demônio havia penetrado na igreja. Veja, meu marido foi o primeiro alemão proeminente a se pronunciar publicamente contra Hitler e o Nazismo. As suas intuições eram sempre prescientes.
TLM: Seu marido tinha falado sobre seu temor pela Igreja antes desse incidente? 
AVH:: Relato na biografia do meu marido, The Soul of a Lion, que poucos anos após sua conversão ao Catolicismo nos anos vinte, ele começou a ensinar na Universidade de Munique. Munique era uma cidade católica. Maioria dos Católicos da época ia às Missas, mas ele sempre disse que foi ali que ele começou a se preocupar com a perda do sentido de sobrenatural entre os Católicos. Um incidente em especial lhe ofereceu suficiente prova e isso o entristecia imensamente.
Quando passava por uma porta, meu marido sempre deixava passar primeiro seus alunos que eram sacerdotes. Um dia, um dos seus colegas (um Católico) expressou sua surpresa e desagrado: “Por que você deixa seus alunos entrar antes de você?” “Porque são sacerdotes”respondeu meu marido. “Mas eles não possuem PhD”. Meu marido se sentiu arrasadoValorizar PhD é uma reação natural; estar ciente da sublimidade do sacerdócio é uma reação sobrenatural. A atitude daquele professor provava que a sua reação para o sobrenatural havia erodidoIsso foi muito antes do Vaticano IIMas até Concílio, a beleza e a sacralidade da liturgia Tridentina mascarava esse fenômeno. 
TLM: Seu marido achava que o declínio do sentido do sobrenatural havia comecado nessa época, e no caso afirmativo, como ele o explicava? 
AVH: Não, ele acreditava que após a condenação da heresia do Modernismo pelo Papa Pio X, seus proponentes simplesmente havise retirado para subsolo. Ele diria que então eles tomaram uma abordagem muito mais sutil e práticaEspalhavam dúvidas simplesmente levantando questões sobre as grandes intervenções sobrenaturais através da história da salvação, tais como Nascimento Virginal e virgindade perpétua de Nossa Senhora, bem como a Ressurreição e a Sagrada Eucaristia. Eles sabiam que uma vez abalada a fé – a fundação – a liturgia e os ensinamentos morais da Igreja também desmoronariam. Meu marido intitulou um dos seus livros The Devastated Vineyard (A Vinha Devastada). Após Vaticano II parece que um tornado havia atingido a Igreja
O próprio Modernismo era fruto de calamidade do Renascimento e Revolta Protestante, e levou um longo processo histórico para se revelar. Se fôssemos perguntar a um Católico típico da Idade Média o nome de um herói ou heroína, ele certamente citaria um santo. O Renascimento começou a mudar isso. Ao invés de um santo, as pessoas pensariam num gênio como pessoas a imitar, e com a chegada da era industrial, as pessoas citariam um grande cientista. Hoje elas responderiam com o nome de um esportista ou personagens da mídia. Em outras palavras, a perda do sentido do sobrenatural trouxe a inversão da hierarquia de valores. 
Mesmo o pagão Platão estava aberto para o sentido do sobrenatural. Ele falou da fraqueza, fragilidade e covardia freqüentemente evidenciadas na natureza humana. Ele foi indagado por um crítico do por que de tal baixa estima sobre a humanidade. Ele respondeu que não denegria o homem, apenas comparava-o a Deus.
Com a perda do sentido de sobrenatural, há uma perda do sentido da necessidade para o sacrifíciohoje. Quanto mais alguém se aproxima de Deus, maior é a sua consciência de ser pecadorQuando mais alguém se afasta de Deus, como hoje, mais escutamos a filosofia da nova era “Estou bem, Você está bem”. A perda da inclinação para o sacrifício leva ao obscurecimento da missão redentora da IgrejaOnde a Cruz é subestimada a nossa necessidade de redenção é igualmente ignorada. A aversão ao sacrifício e redenção ajudou a secularização da Igreja do seu interior. Temos ouvido durante muitos anos dos sacerdotes e bispos sobre a necessidade da Igreja se adaptar ao mundo. Grandes Papas como S. Pio X disseram exatamente o oposto: o mundo deve se adaptar à Igreja. 
TLM: Da nossa conversa, devo concluir que a senhora não acredita que a perda acelerada do sentido do sobrenatural seja um acidente no percurso da história
AVH:: Não, não acredito. Houve dois livros publicados na Itália nestes anos que confirmam o que meu marido suspeitava há algum tempo: que tem havido uma infiltração sistemática da Igreja pelos inimigos diabólicos por todo este século. Meu marido foi um homem muito esperançoso e otimista por natureza. Durante os dez últimos anos de sua vida, porém, testemunhei muitos momentos de grande tristeza, e freqüentemente o ouvi repetir: “Eles dessacralizaram a Santa Esposa de Cristo”. Ele estava se referindo à “abominação da desolação” da qual fala o profeta Daniel.
TLM: Esta é uma admissão crítica, Dra. von Hildebrand. Seu marido foi chamado Doutor da Igreja do Século XX pelo Papa Pio XII. Ele não teria acesso ao Vaticano para falar dos seus temores para o Papa Paulo VI? 
AVH:Mas foi exatamente o que ele fez! Nunca esquecerei a audiência privada que tivemos com Paulo VI logo antes do fim do Vaticano II. Foi em 21 de junho de 1965. Assim que meu marido começou a apelar para que ele condenasse as heresias que estavam se espalhando, o Papa o interrompeu com as palavras, “Lo scriva, lo scriva.” (“Escreva-o.”). Momentos depois, pela segunda vez, meu marido expôs a gravidade da situação ao Papa. A mesma resposta. Sua Santidade nos recebeu em pé. Estava claro que o Papa se sentia muito inconfortável. A audiência durou apenas alguns minutosPaulo VI deu imediatamente um sinal ao seu secretárioPe. Capovillapara nos trazer rosários e medalhas. Nós então retornamos à Florença onde meu marido escreveu um longo documento (não publicado até hojeque foi entregue a Paulo VI na véspera da última sessão do Concílio. Era setembro de 1965. Após ler o documento de meu marido, ele disse ao sobrinho do meu marido, Dieter Sattler, que havia se tornado embaixador alemão da Santa Sé, que havia lido o documento cuidadosamente, mas que “era um pouco áspero”. A razão era óbvia: o meu marido havia humildemente solicitado uma clara condenação de afirmações heréticas
TLM: A senhora percebe, certamente, Doutora, que tão logo a senhora menciona essa idéia da infiltração, haverá aqueles que levantam seus olhos em desdém e bradam, “ei, outra teoria de conspiração!?” 
AVH: Eu só posso dizer o que sei. É uma questão de registro público, por exemplo, que Bella Dodd, uma ex-Comunista que se re-converteu à Igreja, falou abertamente da deliberada infiltração dos agentes do partido Comunista nos seminários. Ela contou ao meu marido e a mim que quando era membro ativo do partido, se encontrou com não menos que quatro cardeais dentro do Vaticano, “que trabalhavam para nós”.
Muitas vezes ouvi os norte-americanos dizerem que os europeus “cheiram conspiração onde quer que vão”. Mas desde o início, o Demônio tem conspirado contra a Igreja – esempre procurou em particular destruir a Missa e destruir a fé na Real Presença de Cristo na Eucaristia. Que algumas pessoas estejam tentadas a ignorar esse fato inegável não é razão para negar sua realidade. Por outro lado, eu, nascida européia, estou tentada a afirmar que muitos americanos são ingênuos; vivendo num país que tem sido abençoado pela paz, e conhecendo pouco a história, são mais propensos que os europeus (cuja história é tumultuada) a cair vítimas de ilusões. Rousseau tem tido enorme influência nos Estados Unidos . Quando Cristo disse aos Seus apóstolos na Última Ceia que “um de vós Me trairá”,os apóstolos ficaram perplexosJudas havia agido de tal modo que ninguém suspeitava dele, pois um conspirador astuto sabe como cobrir seus traços com uma demonstração de ortodoxia.
TLM: Os dois livros escritos pelos sacerdotes italianos que a senhora mencionou contêm evidências dessa infiltração?
AVH: Os dois livros que mencionei foram publicados em 1998 e 2000 pelo sacerdote italianoDon Luigi Villa da diocese de Brescia, que sob a solicitação do Padre Piodedicou muitos anos de sua vida na investigação da possível infiltração dos Franco-maçons e Comunistas na Igreja. Meu marido e eu encontramos Don Villa nos anos sessenta. Ele alega que não faz nenhuma afirmação que não possa comprovar. Quando Paulo Sesto Beato? (1998) foi publicado, o livro foi enviado a cada bispo italiano. Nenhum deles reconheceu o recebimento, nenhum deles desafiou as alegações de Don Villa. 
Neste livro, ele relata algo que nenhuma autoridade eclesiástica refutou nem pediu para ser retratado – embora ele nomeie personalidades particulares acerca do incidente.. Trata de atrito entre Papa Pio XII e o então Bispo Montini (o futuro Paulo VI) que era seu Sub-secretário do Estado. Pio XII, ciente da ameaça do Comunismo, que logo após a Segunda Guerra Mundial dominava quase a metade da Europa, havia proibido os funcionários do Vaticano a manter qualquer relação com Moscou. Para sua decepção ele foi informado um dia através do Bispo de Upsala (Suécia) de que sua ordem estrita havia sido contrariada. O Papa se negou a dar crédito a esse rumor até receber evidência inegável de que Montini mantinha correspondência com várias agências Soviéticas. Durante todo esse tempo, o Papa Pio XII (assim como Pio XI) havia enviado sacerdotes clandestinamente à Rússia para consolar os Católicos que viviam atrás da Cortina de Ferro. Cada um deles havia sido sistematicamente preso, torturado e mesmo executado ou enviado ao gulag. Finalmente um delator de Vaticano foi descobertoAlighiero Tondi, S.J., que era um conselheiro próximo de MontiniTondi era um agente trabalhando para Stalin cuja missão era manter Moscou informado sobre as iniciativas tais como o envio de sacerdotes para a União Soviética..
Acrescente-se a isso o tratamento do Papa Paulo ao Cardeal Mindszenty. Contra sua vontade, Mindszenty foi ordenado pelo Vaticano a deixar Budapeste. Como quase todos sabem, ele havia escapado dos Comunistas e buscou refúgio na embaixada norte-americana. O Papa havia lhe dado sua promessa solene de que ele permaneceria primado de Hungria enquanto vivesse. Quando o Cardeal (que foi torturado pelos Comunistas) chegou em Roma, Paulo VI abraçou-o calorosamente, mas depois o enviou em exílio para Viena. Logo depois, seu santo prelado foi informado que havia sido destituído e que havia sido substituído por alguém mais aceitável pelo governo Húngaro Comunista. Mais intrigante e tragicamente triste é o fato de que quando morreu Mindszenty, nenhum representante da Igreja esteve presente no seu enterro [e isto feoto pelo "tchurma" do "amor"!..] 
Outra das alusões de infiltração de Don Villa é aquela relatada pelo Cardeal GagnonPaulo VI havia solicitado ao Gagnon para encabeçar uma investigação acerca da infiltração da Igreja pelos inimigos poderososCardeal Gagnon (na época um Arcebispo) aceitou essa tarefa desagradável e compeliu um longo dossiê , rico em fatos preocupantes. Quando o trabalho foi completado, ele solicitou uma audiência com o Papa Paulo a fim de deliberar pessoalmente o manuscrito para o PontíficeEssa solicitação para um encontro foi negada. O papa enviou ordem para que o documento fosse colocado nos escritórios da Congregação para os Clérigos,especificamente num cofre com dupla fechaduraIsso foi feito, mas no dia seguinte a caixa foi arrombada e o manuscrito desapareceu misteriosamente. A política usual do Vaticano é se assegurar que tais incidentes nunca vejam a luz do dia. Entrementes, esse roubo foi noticiado até no L’Osservatore Romano (talvez sob pressão porque isso não foi noticiado na imprensa secular). Cardeal Gagnon, logicamente, possuíam uma cópia, e novamente solicitou ao papa uma audiência privada. Novamente sua solicitação foi negadaEle então decidiu deixar Roma e retornar a sua terra natal, Canadá. Mais tarde, foi chamado de volta a Roma pelo Papa João Paulo II e feito cardeal.
TLM: Por que Don Villa escreveu essas obras tendo como alvo de suas críticas Paulo VI?
AVH: Don Villa se manteve relutante para publicar os livros aos quais aludi. Mas quando vários bispos começaram a se movimentar para a beatificação de Paulo VI,esse sacerdote percebeu que era um momento de chamada para publicar as informações que havia coletado através dos anos. Assim fazendo, estava seguindo as orientações de uma Congregação Romanainformando aos fiéis que era seu dever como membros da Igreja confiar à Congregação qualquer informação que possa obstruir as qualificações do candidato para a beatificação.
Considerando o pontificado tumultuoso de Paulo VI, e os sinais confusos que fornecia, por exemplo, falando da “fumaça de Satanás que penetrou na Igreja”, e, entretanto, se recusando a condenar oficialmente as heresias; a sua promulgação de Humanae Vitae (a glória do seu pontificado), porém, sua cuidadosa recusa em proclamá-la ex-cathedra; oferecendo seu Credo do Povo de Deus em Praça S. Pedro em 1968, e novamente fracassando em declará-lo como unificador de todos os Católicos;desobedecendo as ordens estritas de Pio XII em não manter contato com Moscou, e agradando o governo Comunista Húngaro ao renegar a promessa solene que havia feito ao Cardeal Mindszenty; seu tratamento com relação ao santo Cardeal Slipyj, que passou dezessete anos num Gulagsimplesmente para se tornar um prisioneiro virtual no Vaticano.
....simplesmente para se tornar um prisioneiro virtual no Vaticano por Paulo VI; e finalmente, solicitando ao Arcebispo Gagnon para investigar possível infiltração no Vaticano, apenas para recusá-lo para uma audiência quando o trabalho estava completo – tudo isso fala fortemente contra a beatificação de Paulo VI, ecoando em Roma, “Paolo Sesto, Mesto” (Paul VI, o triste).
Que o dever de publicar essa informação deprimente foi oneroso e custou grande sofrimento ao Don Vila é inegável. Qualquer Católico rejubila quando ele pode levantar os olhos e contemplar com veneração irrestrita um Papa. Mas os Católicos sabem também que embora Cristo não tenha prometido conceder líderes perfeitos, prometeu que os portões do inferno nunca prevaleceriam. Não esqueçamos que muito embora a Igreja tivesse alguns papas muito ruins, e outros, medíocres, ela tem sido abençoada com muitos grandes Papas. Oitenta deles foram canonizados e vários, beatificados. Esta é uma história de sucesso sem paralelo no mundo secular.
Somente Deus é juiz de Paulo VI. Mas não se deve negar que seu pontificado foi muito complexo e trágico. Foi sob seu pontificado que, num curso de quinze anos, mais mudanças foram introduzidas na Igreja que em todos os séculos precedentes juntos. O que é preocupante é que quando lemos o testemunho de ex-Comunistas como Bella Dodd, e estudamos documentos maçônicos (datados do século dezenove, e geralmente escritos por sacerdotes dissidentes como Paul Rocca), podemos ver que, em larga extensão, suas agendas foram r ealizadas: o êxodo de sacerdotes e freiras após o Vaticano II, teólogos dissidentes não censurados, o feminismo, a pressão sobre a Roma para abolir o celibato sacerdotal, imoralidade entre os clérigos, liturgias blasfemas (vide o artigo de David Hart em Primeiras Coisas , abril de 2001, “O Futuro do papado”), as mudanças radicais que foram introduzidas na sagrada liturgia (vide Milestones do Cardeal Ratzinger, pp. 126 e 148, Ignatius Press) e um ecumenismo sem rumo. Apenas um cego poderia negar que muitos dos planos do Inimigo têm sido perfeitamente realizados.
Não devemos nos esquecer que o mundo foi abalado com o que fez Hitler. Pessoas como meu marido, porém, perceberam o que estava de fato escrito em Mein Kampf. O plano estava ali. O mundo simplesmente optou por não acreditar. Porém, quão grave esteja a situação, nenhum Católico engajado deve esquecer que Cristo prometeu que Ele estará com Sua Igreja até o fim do mundo. Devemos meditar sobre a cena relatada no Evangelho quando o barco dos apóstolos foi ameaçado por uma forte tempestade. Cristo estava dormindo! Seus seguidores assustados O acordaram: Ele disse uma única palavra e, de repente, tudo se acalmou. “Ó vós, que tendes pouca fé!”
TLM: Segundo suas observações sobre ecumenismo, a senhora não concorda com a política atual de “convergência” ao invés de “conversão”?
AVH: Deixe-me relatar um incidente que causou grande pesar ao meu marido. Era 1946, logo depois da guerra. Meu marido lecionava em Fordham, e ali apareceu numa de suas aulas um estudante Judeu que havia sido um oficial da Marinha durante a guerra. Ele eventualmente contaria ao meu marido sobre um pôr-do-sol extraordinário no pacífico e como isso fê-lo se aproximar da verdade sobre Deus. Primeiro ingressou na Columbia para estudar filosofia, e ele descobriu que isso não era o que procurava. Um amigo lhe sugeriu tentar a filosofia na Fordham e mencionou o nome de Dietrich Von Hildebrand. Depois de apenas uma aula com meu marido, descobriu o que buscava. Um dia, após a aula, meu marido e seu aluno foram dar uma caminhada. Ele disse ao meu marido na ocasião que estava surpreso com o fato de que vários professores, após descobrir que ele era Judeu, asseguraram-lhe que não tentariam convertê-lo ao Catolicismo. Meu marido, estupefato, parou, voltou-se para ele e disse, “Eles disseram o quê?!” O aluno repetiu a história e meu marido lhe disse, “Iria até o fim do mundo para transformá-lo num Católico”. Para resumir a longa história, o jovem se tornou um Católico, foi ordenado sacerdote Católico e ingressou na única Casa dos Cartuchos nos Estados Unidos (em Vermont) !
TLM: A senhora passou muitos anos lecionando em Hunter College.
AVH: Sim, e vários dos meus alunos se tornaram Católicos. Oh, quantas e belas histórias de conversão poderia relatar se tivesse tempo – jovens que foram arrebatados pela verdade! Eu gostaria, entretanto, de deixar claro um ponto.. Não converti meus alunos. O máximo que podemos fazer é rezar para sermos instrumentos de Deus. Para sermos instrumentos de Deus, devemos nos esforç ar para viver diariamente o Evangelho em todas as circunstâncias. Apenas a graça de Deus pode nos conceder o desejo e capacidade para tanto.
Eis um dos temores que tenho em relação aos Católicos tradicionais. Algum flerte com o fanatismo. Um fanático é aquele considera a verdade sua pose ao invés de dom de Deus. Somos servos da verdade, e é como servos que devemos procurar partilhá-la. Estou ciente de que há Católicos fanáticos que usam a Fé e a Verdade que proclamam como um instrumento intelectual. Uma autêntica apropriação da verdade sempre leva ao esforço para a santidade. A Fé, nesta crise atual, não é um jogo de xadrez intelectual. Para aqueles que não se esforçam para a santidade, a fé se reduzirá a isso. Tais pessoas fazem mais mal à Fé, particularmente se estes são defensores da Missa tradicional.
TLM: Então a senhora acha que o único cenário para uma solução da crise atual é a renovação de um esforço para a santidade?
AVH: Não devemos nos esquecer que estamos lutando não apenas contra carne e sangue, mas contra “poderes e principados”. Isso deveria nos provocar suficiente temor para esforçarmo-nos mais que nunca para a santidade, e orar fervorosamente que a Santa Esposa de Cristo, que se encontra agora no Calvário, saia dessa terrível crise mais radiante que nunca. A resposta Católica é sempre a mesma: absoluta fidelidade aos santos ensinamentos da Igreja, fidelidade à Santa Sé, freqüente recepção de sacramentos, Rosário, leitura espiritual diária, e gratidão por termos recebido a plenitude da revelação de Deus: “Gaudete, iterum dico vobis, Gaudete.” 
TLM: Não posso terminar a entrevista sem fazer à senhora uma pergunta já um tanto desgastada. Há críticos da antiga Missa latina que indicam que a crise na Igreja se desenvolveu no tempo em que a Missa era oferecida no mundo inteiro. Por que deveríamos achar que o seu retorno é intrínseco para a solução da crise?
AVH: O demônio odeia a antiga Missa. Ele a odeia porque é a mais perfeita reformulação de todos os ensinamentos da Igreja. Foi meu marido que me deu essa intuição sobre a Missa. O problema que provocou o crise atual não foi a Missa Tradicional. O problema é que os sacerdotes que a ofereciam já haviam perdido o sentido do sobrenatural e transcendente. Eles se apressavam em fazer as orações, murmuravam e não as enunciavam. Eis um sinal que introduziram à Missa com o seu crescente secularismo. A antiga Missa não permitia espaço para irreverência, e é por isso que muitos sacerdotes se sentiram felizes em se desvencilhar dela.
TLM: Obrigado, Dra. Von Hildebrand por esta oportunidade de conversar com a senhora.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mensagem passada ao Profeta Católico Claúdio Heckert, por Jesus e Maria

MENSAGEM DE JESUS AO CLÁUDIO (Viva Voz)
       Porto Belo, 07/11/2000 – Cerco de Jericó!
       Mensagem de Jesus a viva voz!

PATER DIMITE
   (Jesus canta três vezes)
   “PATER DIMITE ILLIS, NON ENIM CIUNT QUID FACIUNT”

   (Depois, fala, com voz profunda, rezando ao Pai)
    Pater, Pai, se for possível afasta de Mim este sofrimento. Afasta de minha Igreja, Pai, este sofrimento. Se for possível, Pai, elimina a Tua ira, diminua a Tua ira, contra os inimigos da Igreja, para que ela não sofra tanto. Para que não se perca! Para que não se afunde!  Se for possível, afasta este cálice. Afasta este sofrimento para que a Igreja não pereça. Para que todos os nossos filhos não pereçam! Para que todos os Meus seguidores não pereçam, afasta este cálice, Pai!
    A Igreja já agoniza, já padece, já conta os seus dias. Pai ajuda-nos a salvar esta Igreja! Ajuda-nos, Pai!
     Tantos sacerdotes, tantos bispos, tantos leigos, foram colocados à frente desta Igreja e não puderam salvá-la. E mais ainda, prejudicaram a sua caminhada com as suas atitudes, e com seus exemplos danificaram os alicerces, modificando as estruturas, derrubando-a, destruindo-a por dentro. A Minha Igreja, Pai, criada com amor, está em pedaços! Está jogada, está atirada ao solo.
  Ajuda, Pai, Me ajuda nesta angustia, nesta agonia. Ajuda, Pai! Mis um pouco de paciência! Mais um pouco, Pai!
   Sabe, eu tenho a esperança, a esperança de ainda trazer ao redil milhões, milhões e milhões de Teus filhos. São Teus filhos, Pai, que Eu quero trazer ao redil. São nossos, Pai! Que Você nos deu e Me deu. Mais um pouco de paciência!
   Dá-nos mais um pouco de tempo. Dá-nos mais força, mais energia! Mais força e energia a João Paulo II! Mais energia, mais um pouco! Talvez possamos arrebanhar tantas outras ovelhas, outros filhos, jogados por ai, Pai! Talvez possamos trazer todos os outros filhos! Quem Me dera, Pai, todos os filhos!
   Eu precisaria te apresentar, Pai, todos os filhos, porque Eu dei a vida a eles! Eu agonizei, Eu dei a minha última gota de Sangue por todos eles, Pai! E agora Eu Te peço um pouco mais de paciência, um pouco mais de tempo, para que Eu possa apresentá-los, todos, a Você! Um pouco mais de paciência, Pai!
    Eu sei que tudo está escurecendo. Eu sei que a escuridão está próxima. Eu sei que tudo vai escurecer. Eu sei que vais se abalar. Eu sei que a terra vai enlouquecer, será atirada no espaço! Eu sei que tudo vai ser revolvido, que vai ficar tudo em pedaços. Mas, Pai, Me ajuda a salvar os Teus filhos, através de Nossa Igreja. Dá-nos mais um pouco de tempo. Mais um pouco de tempo. Eu sei, Pai, que é necessário passar por tudo isso. Eu sei que é plano passar por tudo isso, para poder ser instaurado o Novo reino de Amor, de paz, de tranqüilidade...
   Dá-nos um pouco mais de tempo, para que milhares de Teus filhos não se percam. E quando a Nau de Pedro sair de sua casa, e quando aportar em outros continentes, e quando a terra for revolvida, e quando tudo for pelos ares, e quando espocarem canhões e bombas por toda a terra, e quando tudo balançar, e quando tudo cair por terra, Pai, que seja ressuscitada a Minha Igreja, pela qual Eu dei a vida. Que seja ressuscitada, e com ele, milhões e milhões de Teus filhos, para que haja esta nova vida de graça, de amor e de paz.
   Eu sei, pai, Eu sei da Justiça! Eu sei que é necessária a Justiça, para que os filhos todos não se percam. Eu sei que é necessário tudo isto, Pai, mas Eu sei também da Tua Paciência, da Tua Misericórdia e do Teu Amor.
    Suscita novos profetas! Suscita bons sacerdotes! Bons leigos, que doem a vida, que doem o sangue por amor aos irmãos. Suscita outros mártires, outros, outros, outros... milhões... Quem sabe, Pai, quem sabe, conseguiremos salvar a todos. A Todos, Pai, para Você abraça-los um a um.
  Dá-nos mais um pouco de tempo, Pai! O tempo é curto, Eu sei, o tempo é curto, todos sabem! Mas... emenda um pouco, Pai? Coloca um pouco do Teu tempo, no meio deste tempo. Um pouco mais! Talvez possamos levar para Tua casa todos os Teus filhos.
   (Jesus fez aqui uma pausa – notava-se muita angustia Nele, que continuou...)
   Filhinhos, filhinhos, filhinhos, sois também responsáveis para este mundo ser melhor. Pela salvação de vossos irmãos! Pela salvação do mundo! Não deveis acomodar-vos, filhinhos! Não deveis cruzar os braços! Não deveis apenas escutar, escutar, escutar...! Deveis lutar, deveis ir a frente! Deveis ir à batalha, às casas, de porta em porta, aos arredores, aos irmãos! Deveis falar-lhes, deveis mostrar-lhes os caminhos, deveis mostrar-lhes a estrada. Deveis mostrar o sacrifício, a dor, a necessidade do sacrifício, a necessidade da vida. É hora, filhinhos, de vos entregardes completamente à missão. Já não há mais tempo! Já não há mais!...
   Olhai vosso Papa! Olhai seu trabalho, sua dor, sua angustia e o seu exemplo de amor, de coragem, de luta! A sua vontade de a todos salvar. De formar um só rebanho, uma só Igreja, uma só paz, um só amor, um só coração! Segui os passos de João Paulo II! Segui os seus rastros de amor!...
   Porque, filhinhos, porque reclamar das coisas deste mundo? Porque reclamar das coisas que acontecem aqui? Porque reclamar das dores e sofrimentos terrenos? Preocupai-vos com o que há de vir! Preocupai-vos com vossos irmãos que ainda não conhecem os caminhos! Preocupai-vos com a perdição daqueles que não Me seguem! Com os irmãos que ainda não caminham estas estradas.
   Dobrai os joelhos e rezai, rezai, rezai! Não canseis de rezar!
   Prestai atenção aos sinais. Ficai atentes aos sinais. Eis que Eu venho! Eis que Eu venho por ordem do Pai e não posso voltar atrás. Embora Eu queira, embora Eu peça tempo, não posso voltar atrás! Porque minhas palavras não passarão! Deverão ser cumpridas todas as palavras do Livro santo: todas as palavras serão cumpridas!
   Eis que Eu venho! Eis que o astro vem antes de mim a chocar-se com a terra! E arrebentá-la, e jogá-la no espaço! Eis que as bombas vêm! Eis que vem o ódio! Perseguição! Satanás em pessoa!
   Eu preciso que entendais, filhinhos, que Eu preciso de vós, de vossa caminhada, de vosso amor. Poucos dias nos separam dos dias fatais! Poucos dias nos separam do que vai acontecer. E vós, filhinhos, sois escolhidos, prediletos do Pai, para a missão. Eu vos digo: todos vós aqui entrareis no Reino dos Céus. Porém, alguns de vós, recebereis antes disto a coroa do martírio! Porque será necessário! É necessário derramar sangue! E aqui, neste local, exatamente neste local, sobre este altar, também será derramado sangue! Fiquem alerta, filhinhos e ajudai-Me! Ajudai-Me! Pedi ao Pai mais tempo! Mais um pouco de tempo..
   Eu vos amo tanto, filhinhos, tanto, tanto!... Eu vos quero Comigo! Eu vos quero para sempre na eternidade. Não tenhais medo! Não há necessidade de medo, filhinhos, porque fostes escolhidos e tendes a proteção do céu. A proteção do Pai, a Minha e da Mamãe que vos ama tanto e vos ajuda!
   Não tenham medo! Segui em frente! Correi! Caminhai, caminhai, caminhai e não esmoreçais! Pedi ao Pai: Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!
   Vós sois justo, Pai! Nós sabemos! Vos sois justo! Misericórdia, Pai! Misericórdia pare eles, vossos filhos, espalhados pelo mundo afora. Misericórdia, Pai! Misericórdia!
    Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!
    Filhinhos, dobrai os joelhos! Rezai! Rezai! Rezai!
    Do meio de vós, também sairão Judas, também sairão traidores e sereis perseguidos, e sereis arrancados de vossas casas, sereis maltratados, sereis massacrados... Sereis a pedra fundamental do Novo Reino!
   Eu conto convosco, filhinhos! Eu conto convosco!
   Eu vos abençôo com a fórmula da Minha Igreja, criada para a vossa salvação e a salvação de todos: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Amém!
    “PATER DIMITE ILLIS, NON ENIM CIUNT QUID FACIUNT”
    Pater, Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!
     (E aqui, Jesus chora muito!) 

      Na seqüência, às 23,30 horas, Nossa Senhora assim fala:
      Filhinhos, que o vosso purgatório seja aqui, porque não tereis tempo do outro purgatório. Senão viverdes o purgatório aqui, perdereis a vida do outro lado! Ou aceitais aqui as lutas, as provações, ou perdereis a vida para sempre, porque não tereis mais tempo para o purgatório: será eliminado com a vinda do Novo Reino!
    Rezai pelos que lá estão enquanto tiverdes tempo. Rezai pelos pecadores, porque não alcançarão o purgatório, se não se salvarem aqui! Rezai por vós mesmos, porque se não aceitardes as cruzes, não tereis purgatório e sereis condenados.
   Filhinhos, eu vos escolhi porque acredito em vós, em vossa luta, no vosso amor. Tenho confiança. Nos vos amamos. Fostes escolhidos a dedo! Eu estou no meio de vós, para vos abraçar neste momento e trazer a minha paz, o meu consolo, a minha força, a minha solidariedade para os momentos difíceis que virão. Para vos trazer alegria, porque fostes escolhidos de Deus e não se perderão.
   A minha alegria é porque tudo acabará e tudo recomeçará. Será tudo diferente e tudo será novo. E tudo será o céu! E este céu será vosso e está ao vosso alcance! É este céu que deveis mostrar aos outros, com a vossa coragem, luta e garra. Agora, filhinhos, Eu vos quero abraçar um a um...
    (Aqui Nossa Senhora me falou um segredo. Eu me assustei muito e disse: Você nos assustou, Mãe! Não podemos assustar e nem fazer as pessoas se assustarem. Não podemos, Mãe! As pessoas são tão frágeis!... Então ela ponderou e eu disse: Está bem, mãe! Então dá-nos o teu abraço... mas também a tua coragem, a tua força. E ela me explicou alguma coisa. E falei: eu sei, eu sei, seu sei! Está bem, Mãe! – A emoção tomou conta de mim e chorei muito. E ela disse:)
    Seis rosas vermelhas serão entregues a seis pessoas aqui presentes!
   (Da mesma cor da faixa, não? É um convite ao martírio?
    Eu chorava muito... e todos choravam!
    E... entreguei as seis rosas às pessoas indicadas por Nossa Senhora!
    E todas estas pessoas serão testemunhas mártires deste tempo de trevas!)